É fundamental que os participantes dos programas de especialização percebam que sua presença vai levá-los a um divisor de águas. Ao concluir seu curso, e receber seu certificado, o participante muda sua condição profissional. Deixa de ser um generalista para assumir a posição de especialista em uma determinada área de atuação.
E suas atitudes? E os comportamentos decorrentes? E a forma de ver e se expressar, ou melhor, de expor os temas que lhe dizem respeito? Mudarão também?
Escolhendo sua Pós-Graduação
A atividade de docência tem-me levado a conhecer os mais diferentes perfis de profissionais, que buscam a especialização, em diversos segmentos do aprendizado. Marketing, Gestão Empresarial, Finanças, Recursos Humanos, Legislação Tributária, Direito, Tecnologia da Informação, E-Management, Projetos, Agronegócio, enfim, um vasto campo de aprendizado e desenvolvimento, gerando impactos nos resultados individuais e organizacionais.
Essa experiência tem feito com que um grupo grande de profissionais, professores como eu, acabem se deparando com perfis extremamente diferenciados de expectativas e de atitudes, diante dessa experiência que, mais do que uma atividade de aperfeiçoamento, carrega em seu bojo uma carga significativa de reeducação.
A importância da escolha do curso de pós-graduação, portanto é fundamental. As expectativas serão frustradas somente quando não há uma escolha consciente do programa ser cumprido. A busca de informações sobre o curso, experiências vividas por quem já participou. A pesquisa sobre o desempenho da entidade patrocinadora, o currículo dos professores, enfim toda uma série de dados que podem influir no resultado.
A escolha consciente, o desempenho consistente, o desafio pessoal de deixar uma marca transformam o estudo no descobrimento de um novo horizonte. Um novo paradigma a ser conseguido
Mudanças
É necessário entender que esta mudança implicará uma forma diferenciada na abordagem das atividades, tarefas e resultados a serem obtidos no curso.
A superficialidade não cabe em um contexto de especialização.
A busca de novos dados, de identificação de variáveis não explícitas, de caminhos alternativos para consecução de resultados clama por consistência.
Aceitar a superficialidade das abordagens, não aprofundar as reflexões, não rever as próprias atitudes, em relação ao impacto das mesmas sobre os resultados, mostra uma incompatibilidade com a visão de um especialista, ou seja, alguém que aprofundou seus conhecimentos e se propõe a consolidar seu perfil profissional.
A multiplicidade de dados que um profissional contemporâneo dispõe exige que haja uma transformação desses dados em informação (por um processo seletivo e perceptivo, acurado e compatível com a realidade do contexto produtivo no qual está inserido). Complementarmente deve agregar conhecimento e, neste momento, há condições de utilizá-las (as informações), como recurso na obtenção de resultados.
O que se percebe, nas salas de aula (não a totalidade, não se pretende generalizar, mas um significativo o volume), é um fenômeno marcante, é a preocupação de levar a tarefa a cabo, no menor tempo possível, sem compromisso com a consistência e a fundamentação requerida, que se propõe ser reconhecida como especialista.
Em alguns grupos percebe-se um espírito voltado para a pesquisa, a seriedade da análise, a discussão negociada, com conceitos internalizados e conscientes, em outros a superficialidade nos leva, os professores, a uma preocupação como fato de que alguns desses profissionais atuarão sob a égide das instituições que os credenciaram, titulando-os de forma definitiva.
Comprometimento dos Resultados
Alguns fenômenos são percebidos, e, sem dúvida, poderão vir a comprometer os resultados, todas as vezes que os futuros especialistas forem acionados, em seus contextos produtivos:
• Falta de questionamento ou de comentários sobre assuntos abordados, principalmente quando for percebida alguma falta de consistência por parte de quem transmite os assuntos;
• Desconhecimento parcial ou completo com relação ao material bibliográfico;
• Ausência de percepção da aplicabilidade do que lhes é transmitido;
• Desinteresse na participação (qualidade e intensidade) nas atividades didáticas: vivências, jogos, exercícios, debates;
• Qualidade dos textos elaborados (em alguns casos meras reproduções de textos de autores, conhecidos ou não, o que não impede o professor de identificá-los); por vezes, ingenuamente, as reproduções, literais, referem-se a autores incluídos na bibliografia, e a identificação é imediata, principalmente quando são textos “clonados” pela internet);
Em contrapartida há desempenhos memoráveis, onde é percebida a importância do aprendizado, a qualidade do aperfeiçoamento, a intensidade da contribuição efetivada.
Conclusão
A proatividade é quase uma exigência, uma obrigação daqueles que estão envolvidos em processos produtivos. Ao se propor levar qualidade ao que faz permite que um participante de processos de aprendizado, aperfeiçoamento ou de reeducação, contaminar positivamente, o ambiente em que atua, influenciando de forma saudável seus companheiros de curso.
Os beneficiários desta postura? O indivíduo, a instituição que o patrocina, e a comunidade em que atua e direta ou indiretamente, depende ou é influenciada por ele.
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